Nº54 - NOVEMBRO DE 2018

Destaques

IX Seminário de Integração Institucional da Socicom

 

Fomentar o diálogo e a troca de experiências entre entidades científicas e acadêmicas da comunicação do país e discutir a formulação de políticas científicas e de formação de recursos humanos para a área. Foram com esses objetivos que a Socicom realizou o IX Seminário de Integração Institucional de 15 a 17 de outubro na ECA-USP.

 

O evento comemorou também os “10 anos de luta pela Comunicação” da entidade na defesa por melhores condições institucionais para o desenvolvimento da ciência, bem como a retomada do crescimento e manutenção da qualidade do ensino superior no Brasil.

 

Na solenidade de abertura, a presidente do Conselho Deliberativo da Socicom,  Margarida Kunsch, destacou a importância da união das entidades científicas na defesa do campo da Comunicação e suas interfaces.

 

Solenidade de abertura IX Seminário SOCICOM: 10 anos de conquistas e desafios. Foto Regina Cunha.

 

 

A ex-diretora da entidade, Maria Cristina Gobbi, lembrou a contribuição histórica do professor José Marques de Melo que vislumbrou na criação da Socicom uma oportunidade para fortalecer a grande área da Comunicação e agregar as associações existentes com o propósito de superar a fragmentação. Cristina destacou uma das iniciativas de José Marques que projetou a Socicom no debate nacional: o desenvolvimento da pesquisa e publicação de 11 volumes do Panorama da Comunicação e das Telecomunicações no Brasil. 

 

Ruy Sardinha Lopes, presidente da Socicom, observou que vivemos tempos sombrios. Entende que o papel das comunicações no processo de desenvolvimento é resgatar o espirito utópico, promover a diversidade de ideias, ou seja, ser um espaço de pluralismo no combate ao pensamento único.

 

A principal discussão do evento foi sobre o papel das ciências humanas e da comunicação no desenvolvimento e democratização da ciência no Brasil.  A mesa coordenada pelo Giovandro Ferreira da Intercom, contou com a participação de Fernanda Sobral da SBPC e do Fórum das Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas, da Maria Ataíde Malcher, representante das Humanidades no Conselho Deliberativo do CNPq e do Marco Roxo, presidente da Compós.

 

Maria Ataíde destacou a agenda de Educação e CT&I nas eleições 2018, quando as  algumas das principais entidades político-científicas elaboraram cartas e manifestos endereçados aos candidatos dos Poderes Executivo e Legislativo. Um dos principais manifestos foi o da SBPC que pediu a todos os presidenciáveis a revogação da Lei do Teto de Gastos, bem como a extinção do contingenciamento dos recursos do FNDCT e de outros fundos setoriais, além da recuperação do orçamento para CT&I e a recriação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Para Ataíde, tornou-se necessário no atual cenário de mudança política fortalecer as instituições científicas, especialmente as áreas das Humanidades, além de unir esforços na Comunicação para produzir ciência de interesse social e qualificar alunos para que tenham competência crítica construtiva, propositiva e inovadora.

 

A representante da SBPC, Fernanda Sobral, destacou as adversidades enfrentadas este ano com a PEC 95, a perda de poder a partir da fusão do Ministério de Ciência e Tecnologia com Comunicações, e o crescente contingenciamento de recursos. Acredita que a área de Comunicação precisa estar atenta às tendências nas Políticas  que influenciam o fomento à pesquisa. Entre elas, a internacionalização, a multidisciplinaridade/ interdisciplinaridade  e a organização da pesquisa  em redese interação com a sociedade. Fernanda Sobral enfatizou os reflexos da globalização da pesquisa para a áreas de Humanidades,exigindo pesquisas prospectivas historiográficas, biográficas, antropológicas e sociológicas que possam evidenciar o histórico social das contradições postas pela globalização, bem como a adoção de uma abordagem interdisciplinar,  colocando temáticas com maior grau de complexidade, e, finalmente, exigindo a existência de institucionalidades e recursos financeiros que suportem esse empreendimento.

 

O presidente da Compós, Marco Roxo, propôs repensar sobre qual comunicação está sendo debatida na atualidade e apontou a necessidade de pensar a contribuição dos pesquisadores para entender a relação das pessoas nas redes sociais e as grandes organizações midiáticas para viabilizar ações de interlocução dentro do ambiente político atual. Defendeu a necessidade de se pensar sobre política públicas capazes de lidar com as divergências na sociedade contemporânea.

 

 

Conselho Deliberativo 

 

O papel das entidades científicas de comunicação no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia foi o tema da reunião dos membros do Conselho Deliberativo da Socicom que teve a coordenação de Maria Berenice Machado (UFRGS), com mediação de Maria José da Costa Oliveira. Participaram como expositores: Alessandra Meleiro (Forcine), Ana Rego (Alcar), Bruno Fuser (ABPCom), César Bolaño (Ulepicc), Cristina Schmidt (Socicom), Cristian Borges (Socine), Elaine Mergulhão (Folkcom), Fernando Paulino (Alaic), Giovandro Ferreira (Intercom), Ismar Soares (ABPeducom), Marcelo Bronosky (Abej), Margarida Kunsch (Abrapcorp), Monica Martinez (SBPJor), Roberto Gondo (Politicom) e Sebastião Squirra (ABCiber).

 

Reunião do Conselho Deliberativo. Foto Regina Cunha.

 

O Conselho Deliberativo deliberou e a Assembleia da SOCICOM aprovou várias  sugestões de ações para o biênio 2018-2020:

 

1. Estreitar relações com a SBPC, incentivando que todas associações vinculadas à Socicom façam pedidos de filiação à entidade, bem com peçam aos seus pesquisadores para se filiarem como pessoa física.

2. Foi sugerido que as associações filiadas procurem atualizar seu cadastro junto ao CNPq para permitir que possam participar de processos de indicação de representantes, a exemplo da eleição de representante no Conselho Deliberativo da agência. 

3. Constituição de um observatório de política públicas no âmbito da Socicom que possa produzir conhecimento e pesquisa com potencial de influenciar a construção de políticas na área de Comunicação.

4. Foi sugerido maior participação da entidade nos encontros e reuniões de discussão do Fórum de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (FCHSA).

5. Todos concordaram sobre a necessidade de debates o crescente processo de precarização da profissão de professor na rede de ensino superior brasileira.

6. A Presidente do Conselho Deliberativo da Socicom, Margarida Kunsch  com apoio da Presidente da SBPJor, Monica Martinez, defenderam que haja um esforço das entidades no sentido de entender as novas demandas para financiamento da pesquisa.

7. Dirigente da Ulepicc, César Bolaño sugeriu que se defenda a revisão do sistema de financiamento para revistas científicas no Brasil pelo fato de ter restringido os recursos para revistas nas faixas B1 e B2. Entendeu-se também que é preciso revisar a forma de avaliação de livros devido as distorções já registradas.

8. Foi debatida a necessidade da Socicom colaborar para revisão de políticas da Capes para a pós-graduação no sentido de superar distorções como a cultura do artigo, paperismo, co-autoria com orientando, enfim combater o produtivismo estéril.

 

No final da programação, a Assembleia da SOCICOM sob coordenação da professora Margarida Kunsch elegeu a diretoria da entidade para o biênio 2018-2020 que estará sob  a presidência da professora Ana Regina Rêgo. A posse da nova diretoria acontece em 9 de dezembro de 2018.

 

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IX Seminário de Integração Institucional da Socicom

 

Fomentar o diálogo e a troca de experiências entre entidades científicas e acadêmicas da comunicação do país e discutir a formulação de políticas científicas e de formação de recursos humanos para a área. Foram com esses objetivos que a Socicom realizou o IX Seminário de Integração Institucional de 15 a 17 de outubro na ECA-USP.

 

O evento comemorou também os “10 anos de luta pela Comunicação” da entidade na defesa por melhores condições institucionais para o desenvolvimento da ciência, bem como a retomada do crescimento e manutenção da qualidade do ensino superior no Brasil.

 

Na solenidade de abertura, a presidente do Conselho Deliberativo da Socicom,  Margarida Kunsch, destacou a importância da união das entidades científicas na defesa do campo da Comunicação e suas interfaces.

 

Solenidade de abertura IX Seminário SOCICOM: 10 anos de conquistas e desafios. Foto Regina Cunha.

 

 

A ex-diretora da entidade, Maria Cristina Gobbi, lembrou a contribuição histórica do professor José Marques de Melo que vislumbrou na criação da Socicom uma oportunidade para fortalecer a grande área da Comunicação e agregar as associações existentes com o propósito de superar a fragmentação. Cristina destacou uma das iniciativas de José Marques que projetou a Socicom no debate nacional: o desenvolvimento da pesquisa e publicação de 11 volumes do Panorama da Comunicação e das Telecomunicações no Brasil. 

 

Ruy Sardinha Lopes, presidente da Socicom, observou que vivemos tempos sombrios. Entende que o papel das comunicações no processo de desenvolvimento é resgatar o espirito utópico, promover a diversidade de ideias, ou seja, ser um espaço de pluralismo no combate ao pensamento único.

 

A principal discussão do evento foi sobre o papel das ciências humanas e da comunicação no desenvolvimento e democratização da ciência no Brasil.  A mesa coordenada pelo Giovandro Ferreira da Intercom, contou com a participação de Fernanda Sobral da SBPC e do Fórum das Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas, da Maria Ataíde Malcher, representante das Humanidades no Conselho Deliberativo do CNPq e do Marco Roxo, presidente da Compós.

 

Maria Ataíde destacou a agenda de Educação e CT&I nas eleições 2018, quando as  algumas das principais entidades político-científicas elaboraram cartas e manifestos endereçados aos candidatos dos Poderes Executivo e Legislativo. Um dos principais manifestos foi o da SBPC que pediu a todos os presidenciáveis a revogação da Lei do Teto de Gastos, bem como a extinção do contingenciamento dos recursos do FNDCT e de outros fundos setoriais, além da recuperação do orçamento para CT&I e a recriação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Para Ataíde, tornou-se necessário no atual cenário de mudança política fortalecer as instituições científicas, especialmente as áreas das Humanidades, além de unir esforços na Comunicação para produzir ciência de interesse social e qualificar alunos para que tenham competência crítica construtiva, propositiva e inovadora.

 

A representante da SBPC, Fernanda Sobral, destacou as adversidades enfrentadas este ano com a PEC 95, a perda de poder a partir da fusão do Ministério de Ciência e Tecnologia com Comunicações, e o crescente contingenciamento de recursos. Acredita que a área de Comunicação precisa estar atenta às tendências nas Políticas  que influenciam o fomento à pesquisa. Entre elas, a internacionalização, a multidisciplinaridade/ interdisciplinaridade  e a organização da pesquisa  em redese interação com a sociedade. Fernanda Sobral enfatizou os reflexos da globalização da pesquisa para a áreas de Humanidades,exigindo pesquisas prospectivas historiográficas, biográficas, antropológicas e sociológicas que possam evidenciar o histórico social das contradições postas pela globalização, bem como a adoção de uma abordagem interdisciplinar,  colocando temáticas com maior grau de complexidade, e, finalmente, exigindo a existência de institucionalidades e recursos financeiros que suportem esse empreendimento.

 

O presidente da Compós, Marco Roxo, propôs repensar sobre qual comunicação está sendo debatida na atualidade e apontou a necessidade de pensar a contribuição dos pesquisadores para entender a relação das pessoas nas redes sociais e as grandes organizações midiáticas para viabilizar ações de interlocução dentro do ambiente político atual. Defendeu a necessidade de se pensar sobre política públicas capazes de lidar com as divergências na sociedade contemporânea.

 

 

Conselho Deliberativo 

 

O papel das entidades científicas de comunicação no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia foi o tema da reunião dos membros do Conselho Deliberativo da Socicom que teve a coordenação de Maria Berenice Machado (UFRGS), com mediação de Maria José da Costa Oliveira. Participaram como expositores: Alessandra Meleiro (Forcine), Ana Rego (Alcar), Bruno Fuser (ABPCom), César Bolaño (Ulepicc), Cristina Schmidt (Socicom), Cristian Borges (Socine), Elaine Mergulhão (Folkcom), Fernando Paulino (Alaic), Giovandro Ferreira (Intercom), Ismar Soares (ABPeducom), Marcelo Bronosky (Abej), Margarida Kunsch (Abrapcorp), Monica Martinez (SBPJor), Roberto Gondo (Politicom) e Sebastião Squirra (ABCiber).

 

Reunião do Conselho Deliberativo. Foto Regina Cunha.

 

O Conselho Deliberativo deliberou e a Assembleia da SOCICOM aprovou várias  sugestões de ações para o biênio 2018-2020:

 

1. Estreitar relações com a SBPC, incentivando que todas associações vinculadas à Socicom façam pedidos de filiação à entidade, bem com peçam aos seus pesquisadores para se filiarem como pessoa física.

2. Foi sugerido que as associações filiadas procurem atualizar seu cadastro junto ao CNPq para permitir que possam participar de processos de indicação de representantes, a exemplo da eleição de representante no Conselho Deliberativo da agência. 

3. Constituição de um observatório de política públicas no âmbito da Socicom que possa produzir conhecimento e pesquisa com potencial de influenciar a construção de políticas na área de Comunicação.

4. Foi sugerido maior participação da entidade nos encontros e reuniões de discussão do Fórum de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (FCHSA).

5. Todos concordaram sobre a necessidade de debates o crescente processo de precarização da profissão de professor na rede de ensino superior brasileira.

6. A Presidente do Conselho Deliberativo da Socicom, Margarida Kunsch  com apoio da Presidente da SBPJor, Monica Martinez, defenderam que haja um esforço das entidades no sentido de entender as novas demandas para financiamento da pesquisa.

7. Dirigente da Ulepicc, César Bolaño sugeriu que se defenda a revisão do sistema de financiamento para revistas científicas no Brasil pelo fato de ter restringido os recursos para revistas nas faixas B1 e B2. Entendeu-se também que é preciso revisar a forma de avaliação de livros devido as distorções já registradas.

8. Foi debatida a necessidade da Socicom colaborar para revisão de políticas da Capes para a pós-graduação no sentido de superar distorções como a cultura do artigo, paperismo, co-autoria com orientando, enfim combater o produtivismo estéril.

 

No final da programação, a Assembleia da SOCICOM sob coordenação da professora Margarida Kunsch elegeu a diretoria da entidade para o biênio 2018-2020 que estará sob  a presidência da professora Ana Regina Rêgo. A posse da nova diretoria acontece em 9 de dezembro de 2018.